E se Jesus for o próprio SENHOR do Antigo Testamento?

Elias | Agosto 12, 2025

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🕒 Leitura de 22 min que vale a pena

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Quanto mais lemos da Bíblia e com a alma aberta como crianças, mais conexões surgem. Descubrimos que versos do Antigo Testamento pareciam ecoar nas palavras de Jesus. Profecias atribuídas ao SENHOR encontravam seu cumprimento em Jesus. Era como se o mesmo personagem atravessasse as páginas — do primeiro ao último livro da Bíblia.

No Antigo Testamento, o SENHOR é visto como majestoso, as vezes severo e distante. Um Deus de autoridade absoluta, que fala e a terra treme. Fogo consumidor. Senhor dos Exércitos. Um Rei imponente, diante de quem ninguém ousa levantar a voz.

Mas e se… esse mesmo SENHOR glorioso, tivesse se esvaziado de sua glória e vindo até seu povo, manso e humilde?

E se fosse Ele quem, um dia, se deixou pregar numa cruz por nós?

Se for assim, toda a narrativa bíblica poderia ser sobre um único Senhor que se revela de formas diferentes. Um Deus que se revela de forma perfeita, gradualmente.

Será que desde princípio, na revelação de Deus a Moisés no Monte Sinai… Deus já estava apontando para isso?


1) Nosso Deus é o Único SENHOR

O cenário é solene. Israel está acampado na beira da Terra Prometida, depois de quarenta anos de poeira, fome, milagres e provações. Moisés, já com a voz carregada pelo peso da liderança, sabe que o povo vai entrar em uma terra onde cada cidade tem seus deuses. E antes de atravessarem o Jordão, ele sela o coração deles com a verdade mais importante de todas: há só Um.

“Ouve, Israel: O SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” — Deuteronômio 6:4

Se há um só SENHOR… e Jesus é chamado de SENHOR com o mesmo peso que YHWH no Antigo Testamento… então o que essa identidade significa?
Estaríamos diante de dois “Senhores” diferentes? Ou a Escritura está revelando que o Senhor que guiou Israel no deserto é o mesmo que morreu e ressuscitou por nós?

“Assim vos faço saber que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema; e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.” — 1 Coríntios 12:3

“E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” — Filipenses 2:11


2) O SENHOR terminou o AT dizendo que Ele viria pessoalmente

O povo tinha voltado do exílio. O templo fora reconstruído, mas a glória não era a mesma. Os sacrifícios continuavam, mas o coração estava distante. A religião estava de pé, mas a comunhão estava quebrada.

Em Malaquias, o SENHOR expressou Seu profundo desgosto com aquele culto vazio:

“Quem dera houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis debalde o fogo do meu altar; eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão.” — Malaquias 1:10

É chocante: o próprio Deus dizendo que preferia ver o templo fechado, porque o coração do povo estava longe. E logo depois, no mesmo livro, Ele anuncia algo grandioso: enviaria um mensageiro para preparar o caminho… e então Ele mesmo viria ao Seu templo.

“Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o SENHOR, a quem vós buscais…” — Malaquias 3:1

Depois disso… silêncio. Não por dias. Não por anos. Mas por quatro séculos inteiros. O maior silêncio profético da história. Até que, no deserto, surge a voz de João Batista, anunciando:

“Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.” — Isaías 40:3

E quem vem logo depois dele? Jesus.

O mesmo Jesus que, ao morrer, fez o véu do templo se rasgar — como se o acesso a Deus não fosse mais por aquele edifício físico, mas por Ele mesmo. O mesmo Jesus que declarou:

“Destruí este templo, e em três dias o levantarei.” — João 2:19

Era como se o SENHOR tivesse vindo para reconstruir o que já não Lhe agradava — não um templo de pedras, mas um templo vivo, formado por todos aqueles que Nele crêem.


3) O SENHOR afirmava que é o único salvador

O profeta Isaías trouxe uma mensagem misteriosa e carregada de esperança:

“Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.” — Isaías 7:14

Emanuel significa Deus conosco.

Séculos depois, quando um anjo apareceu a José, a profecia recebeu um novo brilho. Ele anunciou que Maria daria à luz e disse qual deveria ser o nome da criança:

“E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” — Mateus 1:21

Jesus (Yeshua) significa YHWH salva. O próprio nome de Jesus é uma declaração de identidade: o Deus do Antigo Testamento veio salvar.

E desde sempre o Deus de Israel afirmou, de forma absoluta, que Ele não divide Seu título e Sua obra de Redentor/Salvador com ninguém:

“Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há Salvador.” — Isaías 43:11
“Não sou eu o SENHOR? E não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador, não há fora de mim.” — Isaías 45:21
“Olhai para mim, e sereis salvos… porque eu sou Deus, e não há outro.” — Isaías 45:22
“Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, e o seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último…” — Isaías 44:6


4) O SENHOR disse que seria traspassado

O capítulo de Zacarias 12 é um dos mais intrigantes para mim sobre a identidade de Deus. O capítulo 12 inicia com a assinatura do próprio Criador, YHWH, O SENHOR do Antigo Testamento.

“Peso da palavra do SENHOR sobre Israel. Fala o SENHOR, que estende os céus, e funda a terra, e forma o espírito do homem dentro dele.” — Zacarias 12:1

Mas o choque está no meio do capítulo: o próprio SENHOR Deus diz que seria perfurado. 

Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.” — Zacarias 12:10

Filho unigênito, primogênito de toda a criação, todos os termos posteriorimente atribuidos a Jesus no novo testamento. Mas O SENHOR, usou-os para afirmar que olhariamos e pranteariamos por Ele, por termos O perfurado.

“E outra vez diz a Escritura: Verão aquele que traspassaram.” — João 19:37

Jesus foi transpassado por nas mãos, nos pés e no lado do corpo.

Seria esse capitulo a mais forte indicação de que O próprio SENHOR do Antigo testamento é Jesus? O Deus que criou os céus e a terra e soprou sobre nós o fôlego da vida, se fez homem e morreu por nós numa cruz?

Nota textual: Algumas versões trazem “a ele” em Zc 12:10 por variantes. Mas João 19:37 e Ap 1:7 confirmam a leitura cristológica: o Traspassado é Jesus — exatamente como YHWH anuncia no oráculo.


5) “EU SOU” — O Nome que Revela o Deus que Sempre Foi

Imagine a cena: um homem simples, descalço, diante de um arbusto em chamas que não se consome. É Moisés, no deserto, ouvindo a voz de Deus pela primeira vez.
Ele recebe uma missão impossível: voltar ao Egito e libertar Israel da escravidão.
Mas surge uma dúvida muito prática — e muito profunda:

“Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” — Êxodo 3:13

Naquela época, os povos eram mergulhados na idolatria. Cada deus tinha um nome específico e limitado: Baal (“senhor”), Moloque, Astarote, Dagom… Nomes que revelavam funções ou territórios, mas também deixavam claro que eram deuses regionais, finitos.
Moisés queria saber: como apresentar o Deus verdadeiro?

A resposta que veio da sarça foi diferente de tudo que qualquer religião havia dito:

EU SOU O QUE SOU. Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.” — Êxodo 3:14

No hebraico, Ehyeh Asher Ehyeh significa “Serei o que Serei” ou “Sou o que Sou”.
Na tradução grega antiga (Septuaginta), a frase é ego eimi ho on — “Eu sou o que existe”. É a expressão do Ser autoexistente: aquele que não depende de nada, que não foi criado, que não tem início nem fim.

A filosofia chama isso de “o Ser Necessário” — Aquele sem o qual nada poderia existir. É a resposta para a pergunta mais antiga da filosofia: “Por que existe algo, e não o nada?”.
O “EU SOU” não pode ser reduzido a um termo, porque é infinito. Ele simplesmente é.
O tempo não O limita — o tempo existe por causa d’Ele.

Séculos depois, em Jerusalém, no meio de uma festa e cercado de debates, um homem galileu olha para seus opositores e diz:

“Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU.” — João 8:58

As palavras ecoam o mesmo Nome da sarça ardente. Não é de admirar que pegaram pedras para apedrejá-lo — eles sabiam que Ele estava reivindicando a identidade do próprio Deus de Moisés.

Se o “EU SOU” que falou com Moisés foi o mesmo que falou no pátio do templo… então, quem realmente estava ali diante deles?
E… quando lemos essas palavras hoje, quem está diante de nós?


6) Alfa e Ômega

O império romano está em seu auge e a perseguição aos cristãos aumenta. Igrejas estão sob pressão.
O apóstolo João, já idoso, é exilado na ilha-prisão de Patmos por causa da Palavra. Longe de tudo e de todos, ele recebe uma visão que atravessa o tempo.
Entre trombetas e trovões, uma voz poderosa se apresenta:

Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” — Apocalipse 22:13

Na cultura grega, Alfa era a primeira letra do alfabeto e Ômega a última. Mas a frase vai muito além de “primeiro” e “último” como pontos na linha do tempo. É uma forma genial e simples de dizer:
“Eu abarco tudo. Estou antes de todas as coisas, e estarei depois de tudo. Nada existe fora de mim.”

Séculos antes, no Antigo Testamento, YHWH já havia usado palavras muito parecidas:

“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e fora de mim não há Deus.” — Isaías 44:6

O salmista também descreve o Criador como eterno e imutável:

“Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás… tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.” — Salmo 102:25–27

No Novo Testamento, o autor de Hebreus aplica exatamente esse texto a Jesus:

“Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra… mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.” — Hebreus 1:10–12

A lógica é arrebatadora:

  • No AT, o “Primeiro e Último” é o Senhor, o Deus de Israel.

  • No NT, o mesmo título é dito por Jesus ressuscitado.

Se o Alfa e Ômega é Aquele que cria e sustenta todas as coisas… e Jesus se apresenta assim… quem, afinal, estava falando com João naquela ilha?
E mais importante: se Ele é o princípio e o fim, qual é o nosso lugar dentro dessa história que começa e termina n’Ele?


7) As palavras do próprio Jesus diante dos discípulos um pouco incrédulos

É a última noite antes da cruz.
Um aposento fechado, o ar denso de medo e confusão. Os discípulos sentem que algo grande e doloroso está prestes a acontecer. Jesus fala sobre ir preparar lugar, e as palavras, embora cheias de esperança, soam distantes para corações aflitos.

Filipe, talvez falando o que todos pensavam, rompe o silêncio:

“Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.” — João 14:8

A resposta de Jesus não é apenas um esclarecimento. É um corte e uma cura ao mesmo tempo:

“Estou há tanto tempo convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” — João 14:9

Ali, no meio da tensão, Ele revela algo profundo: ver Jesus é ver o Pai. Não é apenas um reflexo, não é apenas um mensageiro — é a presença do próprio Deus diante deles.

Logo antes, Ele já havia dito algo que, lido com atenção, carrega um detalhe sutil e impressionante:

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” — João 14:6

Ele não disse “ninguém vai ao Pai”, como se o Pai estivesse em outro lugar. Ele disse “vem” — um verbo que indica aproximação para onde Ele está. É como se o Pai estivesse Nele, e vir a Jesus fosse vir ao próprio Pai.

E Jesus continua a entrelaçar o mistério:

“Eu e o Pai somos um.” — João 10:30
“…viremos para ele, e faremos nele morada.” — João 14:23

Mas João 14 não para aí. Ele introduz o tema do Consolador, o Espírito Santo, de um jeito que revela ainda mais a unidade de tudo. Veja o encadeamento:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.” — João 14:16
“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” — João 14:18
“Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar…” — João 15:26
“Se eu não for, o Consolador não virá para vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.” — João 16:7

Perceba o padrão: Jesus diz que pedirá ao Pai para enviar o Consolador — mas logo em seguida, promete que Ele mesmo voltará para eles. Depois afirma que Ele enviará o Espírito da parte do Pai, e ainda acrescenta:

“Se eu não for, o Consolador não virá para vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.” (João 16:7)

Repare:

— Disse que rogaria ao Pai para que o Pai enviasse.
— Disse que Ele mesmo enviaria, da parte do Pai.
— Disse que se Ele não fosse, o Espírito não viria.
— Disse que não os deixaria sozinhos, que estaria com eles até o fim dos tempos.
— Disse que não os deixaria órfãos, como se Ele fosse o Pai.

O que Jesus está insinuando quando diz que se Ele não for, o Consolador não virá?
E ao dizer que não os deixará órfãos, estaria insinuando que é mais do que o Filho?
Ao afirmar que Ele enviará, sendo que antes disse que o Pai é quem enviaria, o que Ele está realmente revelando?

Se o Espírito fosse uma pessoa totalmente separada, por que sua vinda dependeria da partida de Jesus?
Não seria mais lógico entender que é o próprio Jesus voltando de forma invisível, como Espírito?

João 14… seria uma janela aberta para dentro de um mistério maior?
Estaria o Deus que o mundo não podia ver ali diante deles — falando, prometendo, preparando-os para uma nova forma de relacionamento?
Não mais apenas ao lado… mas dentro?

Como Ele mesmo disse:

“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.” — João 14:18

Só alguém que é Pai pode usar essa frase.
Mas se Ele usou… o que isso nos revela?
Quem é Ele, afinal?
Será que já estivemos olhando para o Pai o tempo todo… sem perceber?


8) Quem é o Pai de Jesus?

Quando o anjo apareceu a José, ele foi direto:

“E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo.”
Mateus 1:20

Ou seja:
Foi o Espírito Santo quem gerou Jesus.

Então… por que dizemos que o Pai é outra pessoa?

Jesus também declarou com clareza:

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
João 4:24

Se o Pai é Espírito…
e o Espírito Santo é Espírito…
estamos falando de dois Espíritos? Ou de um só?

Será que estamos usando nomes diferentes…
para o mesmo Deus invisível?

Se foi o Espírito Santo quem gerou o Filho…
e Deus Pai é Espírito…
então… serão ambos o mesmo?


9) O Espírito Santo é o Espírito de Cristo

A Bíblia não apresenta o Espírito Santo como uma figura separada, mas como o próprio Espírito de Deus — que também é chamado de Espírito de Cristo. O mesmo Espírito que pairava sobre as águas na criação, que falou pelos profetas, e que hoje habita dentro dos filhos de Deus.

Paulo escreve com precisão cirúrgica:

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.”
Romanos 8:9

O Espírito de Deus e o Espírito de Cristo são o mesmo. E Pedro reforça:

“Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, ao predizer os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.”
1 Pedro 1:11

Se o Espírito que falava pelos profetas era o Espírito de Cristo, mas os profetas diziam estar falando em nome do SENHOR… então, quem é Cristo?

Na Bíblia, esse mesmo Espírito recebe muitos nomes:

Se tantos nomes descrevem o mesmo Espírito, e esse Espírito é de Cristo…
então quem, de fato, habita em nós?
Seria o Cristo, o próprio SENHOR, e o Espírito, o Espírito Dele? 


10) Jesus disse que estava no Pai e o Pai Nele — Plenitude Total

Jesus não dizia apenas que representava o Pai. Ele dizia algo muito mais profundo:

“Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.”
João 14:10

É uma via dupla:
Ele no Pai — no céu, como Espírito eterno.
O Pai Nele — na terra, como presença plena.

E pouco antes, Ele havia dito:

“Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me conheces, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?”
João 14:9

Se isso for literal… quem realmente estava diante deles?

Paulo explica:

“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.”
Colossenses 2:9

Toda a plenitude.
Não parte.
Não um terço.
Toda a divindade — habitando em forma humana.

Mas… Deus não é Espírito?

“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”
João 4:24

E não é também onipresente?

“Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também;
Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.”
Salmo 139:7–10

Se Ele é onipresente…
por que não poderia estar na terra e no céu ao mesmo tempo?

Se o Verbo que era Deus se fez carne…

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
(…)
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
João 1:1–2,14
João 1:14

…seria o próprio Deus que se encarnou?

E quando Jesus orava…
estaria Ele mostrando como o homem deve se submeter ao Espírito?

Será que “Filho” era uma linguagem pedagógica?
Um meio de Deus se revelar como acessível, próximo, humilde?

E quando Ele disse:

“E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.”
João 17:5

…estaria pedindo para voltar à glória que sempre foi Dele?

E se a expressão “à direita de Deus” for apenas uma metáfora para glória e majestade?

Se há um só trono…
seriam dois ocupantes distintos, ou um só Senhor glorificado?

Jesus disse:

“Eu e o Pai somos um.”
João 10:30

Se Ele está no Pai…
E o Pai Nele…
E toda a plenitude da divindade habita em Cristo…

Então… quando olhamos para Jesus…
estamos olhando para quem?


11) Jesus era humilde, andava em campo minado e falava por metáforas

Jesus poderia ter dito de forma direta:

“Batizai em meu nome.”

Mas não disse.

Preferiu uma fórmula mais enigmática:

“Portanto ide, ensinai todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
Mateus 28:19

Por quê?

Talvez… por proteção.

Jesus vivia cercado de líderes religiosos prontos para acusá-lo de blasfêmia por qualquer palavra:

“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo,
porque não só quebrantava o sábado,
mas também dizia que Deus era seu próprio Pai,
fazendo-se igual a Deus.”
João 5:18

Se já o odiavam por dizer que Deus era seu Pai…
imagine se dissesse: “Batizem todos em meu nome.”

Não seria entendido como fé,
mas como usurpação da glória divina.

Jesus sabia disso.
E por isso velava a verdade em sabedoria, esperando o momento certo —
em que o Espírito conduziria os humildes à revelação completa.

“Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.”
João 16:12

E foi o que aconteceu.

Quando o Espírito veio, os discípulos entenderam qual era o nome por trás da fórmula:

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados…”
Atos 2:38


12) Todo o joelho se dobrará… mas diante de quem?

No tempo do profeta Isaías, o SENHOR falou com clareza diante das nações pagãs:

“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro.
Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás:
Que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua.
Isaías 45:22–23

É definitivo: todo joelho se dobrará diante de YHWH.

Mas séculos depois, o apóstolo Paulo escreve algo surpreendente:

“Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus,
e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor,
para glória de Deus Pai.”
Filipenses 2:10–11

E ele reafirma:

“Porque está escrito: Vivo eu, diz o Senhor,
que todo o joelho se dobrará a mim,
E toda a língua confessará a Deus.”
Romanos 14:11

Espere…

Se em Isaías o joelho se dobra diante de Deus…
e em Filipenses se dobra diante de Jesus…
então… quem é Jesus?

Será que estamos vendo o mesmo Senhor… agora revelado?

E se dobrar o joelho é reconhecer quem Ele é…
o que dizer do batismo — o símbolo máximo de rendição?

“Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados…”
Atos 2:38

“E mandou que fossem batizados em nome do Senhor.”
Atos 10:48

“E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.”
Atos 19:5

Agora compare com o mandamento:

“Portanto ide… batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
Mateus 28:19

Mas repare:
Ele disse “em nome” — no singular.

Qual nome é esse?

Qual nome carrega o Pai?
Qual nome carrega o Filho?
Qual nome carrega o Espírito?

E se for um só nome?

Se toda a plenitude da divindade habita em Cristo (Colossenses 2:9)…
Se o batismo é em nome de Jesus…
E se todo o joelho se dobra a Ele…

Então, diante de quem estamos?

Será que estivemos vendo três…
quando Deus sempre quis nos mostrar Um só?

Será que o Filho era o Pai… em carne?

Será que o Espírito… é o Espírito do próprio Cristo?

Será que… Jesus é o próprio SENHOR que Isaías viu no trono?

Se for Ele…

Então talvez agora seja hora de fazer o mesmo que Paulo fez.

Dobrar os joelhos.
Invocar o nome.
E abrir as Escrituras…
para ver com os próprios olhos.


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Elias

Apenas um eterno aprendiz e amante da verdade. Escreve como quem cava fundo em busca de Deus e da verdade, mesmo quando dói, para que você abra a Bíblia e veja por si mesmo.


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